30 de Julho, 2021

A Felicidade é uma escolha consciente!

Por Cristina Valente

O grande problema em criar bons hábitos reside no facto de queremos uma gratificação imediata. Por exemplo, se tiver que escolher entre uma fatia de bolo de chocolate (ou a sua sobremesa favorita) e ir correr uns quilómetros, o que prefere? Qual a escolha que, aparentemente, o torna mais feliz?

Pois…é que, sempre que pensa em criar um bom hábito, acaba por ter que lutar contra uma voz persistente dentro da sua cabeça que lhe diz para não fazer aquilo! A maior parte das pessoas tenta silenciar essa voz interna (“não vais correr agora, está frio”, “não faças agora, faz mais tarde”, “começas na próxima segunda-feira”, etc.) usando um recurso habitualmente conhecido por “força de vontade”. Tornam-se muito dependentes da força de vontade e não conseguem criar e manter o novo (bom) hábito sem este recurso! E esse é o outro problema: é que a força de vontade é um recurso finito, que se vai gastando ao longo do dia.

Imagine que decide criar um novo hábito: para tal, vai ter que tomar decisões diferentes do que faz habitualmente e usar um pouco da sua força de vontade. A maior parte das pessoas decide fazer grandes mudanças num curto espaço de tempo e, ao tentarem mudar drasticamente de comportamentos, precisam de usar toda a sua força de vontade. Provavelmente, irão falhar.

Por isso, não se deve tentar mudar muito, nem de uma só vez. Se o fizer, acabará por sentir-se sobrecarregado, desistirá e voltará aos seus hábitos antigos (o ser humano é uma criatura de hábitos e não costuma apreciar mudanças).

Portanto, não é eficaz contar apenas com a força de vontade para criar e manter um bom hábito. É mais inteligente começar aos poucos e pelo mais fácil.

Use a estratégia dos pequenos ganhos: decida qual o hábito que deseja criar e comprometa-se em realizar 10% desse compromisso. Por exemplo, se o objectivo for correr 5 km, crie um objetivo mais pequeno e mais fácil (por exemplo, caminhar durante 5 minutos até que se torne automático). Só aumente o seu objectivo depois disso. Ou seja, tem que ir obtendo pequenas vitórias – metas que sejam tão fáceis que será incapaz de dizer “não” (este é apenas o primeiro passo para criar e manter um bom hábito).

Ao começar por pequenos comportamentos, usará menos força de vontade e torna-se mais provável criar um hábito a partir desse ponto.

O primeiro passo, portanto, é criar um comportamento fácil. Os passos seguintes são criar uma recompensa para associar ao novo hábito; e ter uma forma simples de registar o seu progresso.

Ou seja:

  • Começar por tornar o hábito fácil
  • Criar uma recompensa apelativa
  • Registar cada progresso

Os bons hábitos, por norma, não são nada divertidos e muitas vezes significam “sangue, suor e lágrimas”! Claro, o resultado final é maravilhoso: uma barriga lisa em vez de saliente e flácida; um projecto finalmente terminado e os aplausos de toda a gente; ..etc. Mas…e como chegar lá?! Ufa!… Como fazer para tornar este processo fácil, produtivo e prazeroso?

Bem, não é verdade que só os maus hábitos é que são fáceis e que os bons não são. O segredo está dependente de quão conscientemente vive a sua vida. Se funcionar durante o dia sobretudo em modo semiautomático, não é de admirar que os maus hábitos se colem a si!

Não somos animais irracionais: temos poder sobre os nossos pensamentos, emoções e ações; possuímos a capacidade de autorreflexão e podemos examinar cada comportamento das nossas vidas e corrigir a rota.

Podemos tornar os maus hábitos mais difíceis de realizar e estabelecer punições para quando os realizamos; e podemos recompensar-nos pelos bons.

Entre o estímulo e a resposta existe um espaço. Nesse espaço está o nosso poder de escolher, a nossa resposta. E é nessa resposta que se encontra o crescimento, o auto-conhecimento e a verdadeira liberdade!

O leitor é livre para escolher. É livre para reflectir. E é livre para modificar os seus hábitos. A felicidade é uma escolha consciente!