ARQUITETURA: CUIDADOS A TER COM A QUALIDADE DO AR AO DECORAR ESPAÇOS INTERIORES
A verdade é que somos tão bombardeados diariamente com notícias sobre a qualidade do ar exterior, que pouco ouvimos falar sobre a qualidade do ar interior das edificações. Não podemos negar que a qualidade do ar exterior influencia, em muito, a qualidade do ar interior, porém, infelizmente, é possível haver qualidade no ar exterior e, no interior de um edifício, o ar ser nocivo à saúde!
Para muitas pessoas a qualidade do ar interior é sinónimo de controle da humidade e das trocas de ar para eliminar o, muitas vezes chamado, “ar viciado”. Sim, de facto o controle da humidade é algo muito importante, porém associado a isso há diversos fatores que podem influenciar de modo negativo a qualidade do ar interior. A começar pelas tintas escolhidas para pintar as paredes, os selantes e os vernizes dos móveis ou pavimentos, ou as colas e materiais usados nos sofás. Até o local onde está instalada a impressora na nossa casa ou no escritório tem influência na qualidade do ar interior! Estes são alguns dos diversos agentes que podem ser poluidores do ambiente interior, se não forem devidamente bem planeados, escolhidos e/ou aplicados.
Mas, as tintas das paredes? Como é possível? Sim, comecemos por elas! Parecem tão inofensivas… afinal como é possível uma tinta numa parede ser um agente poluidor? Para entender isso melhor precisamos conhecer do que são feitas as tintas, bem como os solventes, os vernizes ou as colas.
Esses produtos possuem diversos componentes, sendo os mais importantes, para o assunto de que estamos a falar, os Compostos Orgânicos Voláteis (COV). Os COV são componentes que se libertam no ar (evaporam) após a sua aplicação, ocorrendo essa libertação ao longo das horas, dias ou semanas posteriores à aplicação, impregnando o ar ambiente, afetando a sua qualidade, por serem potencialmente nocivos para a saúde.
Apesar de serem nocivos não há grandes motivos de preocupação em relação a estes componentes, porque desde 2001 existe uma lei que regula os níveis máximos permitidos destes compostos e, portanto, desde então, em Portugal, os fabricantes destes produtos começaram a produzir dentro destas novas diretrizes. Do mesmo modo, em muitos outros produtos há uma enorme presença de COV, todavia hoje são rigorosamente controlados os níveis máximos permitidos, bem como outros componentes, contidos nos móveis e nos estofados, tais como os Compostos Perfluorados Selecionados (PFC), os Éteres Difenílicos Polibromados (PBDE), os Ftalatos (DEHP), o Policloreto de Vinil (PVC), entre diversos outros…
Calma, calma!!! Não se assuste com essa aparente sopa de letrinhas tão difícil de ler e lembrar! O mais importante é sabermos que a qualidade do ar interior é influenciada pelos níveis desses vários componentes que devem estar sempre abaixo ou nos limites considerados máximos pelos especialistas. A forma de conferir isto pode ser através da análise da ficha técnica de cada material a ser aplicado, sendo que um bom arquiteto, ou um engenheiro tem a responsabilidade de cuidar disso para si.
Este é um assunto que não é acessível a toda a gente. Apenas com o acompanhamento de um bom especialista e/ou com a consultoria de um profissional acreditado pela Certificação Well AP é possível ter um melhor aconselhamento para que possa garantir a boa qualidade do ar interior!
Ah, e se pensa que me esqueci de falar do sítio onde estão as impressoras, engana-se!! Este é outro assunto que também requer atenção, mas não se preocupem, porque há maneiras de se fazer isso… porém, sobre este assunto, falaremos noutro artigo, ok?! Aguardo por si! Até lá!!!